Saturday, October 23, 2010

Funeral Blues


Filme: Quatro Casamentos e um Funeral

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He is Dead.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the woods;
For nothing now can ever come to any good.

— W.H. Auden

O que é o amor?


Pintura: Adão e Eva
de Tamara de Łempicka

Quem sabe?

Ninguém sabe!
Toda a gente sabe!

Ninguém sabe falar,
toda a gente sabe pensar.

Ninguém consegue dizer,
toda a gente consegue ver.

Ninguém sabe mentir,
toda a gente sabe encobrir.

Ninguém sabe se é certamente,
toda a gente sabe que é eternamente.

Ninguém consegue exprimir,
toda a gente consegue sentir.

Ninguém sabe quando,
toda a gente sabe quanto.

Ninguém sabe porquê,
toda a gente sabe o quê.

Ninguém sabe se é ilusão,
toda a gente sabe que é paixão.

Ninguém sabe quem,
toda a gente sabe que é alguém.

Ninguém quer saber,
toda a gente quer ter.

Ninguém beija,
toda a gente deseja.

Ninguém consegue inventar,
toda a gente consegue amar.

Ninguém rejeita,
toda a gente aceita.

Ninguém pensa,
Toda a gente sonha.

Ninguém sabe que não é,
toda a gente sabe que é.

Ninguém sabe perguntar,
toda a gente sabe olhar.

Ninguém se sabe aproximar,
toda a gente sabe quando admirar.

Ninguém quer tentar,
toda a gente quer falar.

Ninguém quer esperar,
Toda a gente quer avançar.

Ninguém diz ai,
toda a gente cai.

Ninguém aguenta,
toda a gente tenta.

Ninguém quer sofrer,
toda a gente sabe sofrer.

Ninguém se cala,
toda a gente não fala.

Ninguém escolhe,
toda a gente colhe.

MAS AFINAL O QUE É AMAR?

Ninguém sabe!

Toda a gente sabe!

ANA B. 14 anos (circa 1998) Elefante Editores





Friday, October 22, 2010

A Morte Devagar

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.

Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.

Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

Martha Medeiros (atribuído falsamente a Pablo Neruda)

[http://www.sotextos.com/a_morte_devagar.htm]

Thursday, October 21, 2010

FIM

Quando
eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes
Façam estalar no ar chicotes
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza
A um morto nada se recusa
E eu quero por força ir de burro!

Mário de Sá Carneiro

Tuesday, October 19, 2010

Memórias

"A beginning is a very delicate time...

...Know then, that it is the year 10,191. The known Universe is ruled by the Padishah Emperor Shaddam IV, my father.


In this time, the most precious substance in the Universe is the spice, Melange. The spice extends life. The spice expands consciousness. The spice is vital to space travel. The spacing guild and its navigators whom the spice has mutated over 4,000 years, use the orange spice gas which gives them the ability to fold space. That is . . . travel to any part of the Universe without moving.


Oh yes, I forgot to tell you. The spice exists on only one planet in the entire Universe. A desolate, dry planet with vast deserts. Hidden away within the rocks of these deserts are a people known as the fremen who have long held a prophecy that a man would come . . . a messiah, who would lead them to true freedom.
The planet is Arrakis . . . also known as, Dune"

— Princess Irulan, Dune (Introduction)



Perseverança

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul

In the fell clutch of circumstances
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of change
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the year
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

Invictus by William Ernest Henley