Wednesday, July 18, 2007

Alienígena


Eu vi coisas que vocês nem imaginam...
Vi naves de ataque em chamas no ombro de Orion.
Vi raios-C brilhando no escuro junto ao portal de Tahnhauser.
Todos esses momentos perder-se-ão no tempo, como lágrimas na chuva...
É tempo de morrer.

(in Blade Runner, o filme, 1982)

Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Essas são as questões que Roy Baty (Rutger Hauer) coloca a si mesmo no fim do seu tempo de vida programada no filme Blade Runner.
Afinal são questões que nos acompanharam desde sempre. Pelo menos desde que tomámos consciência do ‘nós’ e começámos a desenhar nas paredes de Altamira e Lascaux, essas dúvidas e pensamentos.
No filme Contacto baseado na obra homónima de Carl Sagan, há um diálogo muito belo entre o pai e a jovem Ellie. Ela pergunta-lhe se existirão outras civilizações algures no cosmos. Ao que o pai responde: “se não houver Ellie, é um enorme desperdício de espaço!”
Haverá? Até à presente data e exceptuando toda a parafernália à volta de Roswell e afins, pode-se dizer que não existe nenhuma prova concreta de existência de vida inteligente no cosmos fora desta esfera azul, nos limites da Estrada de Santiago. E é pena. Quero acreditar que de facto não se trata de um incrível desperdício de espaço, mas antes sublinhar o ainda não foi encontrada vida inteligente no resto do cos
mos.
Existe uma famosa fómula dita de Green Bank (ou Drake) criada em 1961, que teoriza sobre essa plausabilidade. É aliás tema de um dos episódios de Cosmos de Carl Sagan, bem como de um livro de BD chamado “Bela mas perigosa” que depois teve parte da estória adaptada no filme Heavy Metal. Segundo essa fórmula, N é o número de civilizações na galáxia capazes de comunicação interestelar. A razão de ser uma 'civilização com comunicação interestelar' e não apenas uma 'civilização', prende-se com a ideia de considerar apenas civilizações avançadas o suficiente para dispor de meios ao seu alcance para comunicar com outras civilizações em outros lugares, em outras estrelas. O resultado de N nessa fórmula depende do facto de sermos optimistas ou pessimistas.
Em último caso, saber se estamos sós neste Universo é o resultado da escolha de cada um. Da nossa busca. Ou seja, é uma questão de fé! Claro que para isso não era necessária nenhuma equação...

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